Nos centros urbanos, o trabalho infantil é visível nas ruas e, especialmente, nos depósitos de lixo ou “lixões”. Em ambiente altamente insalubre, crianças e adolescentes recolhem garrafas, latas, plástico e papel, que vendem para serem reciclados ou reaproveitados. Nos lixões, convivem com materiais contaminados e gases de fermentação dos dejetos; latas, garrafas e peças de metal cortam e ferem, tanto adultos como crianças.
Alimentam-se em meio a enxames de moscas.
Além do que recolhem para venda, costumam selecionar alimentos e objetos reaproveitáveis para uso próprio. Com o que vendem, crianças conseguem obter a quantia de no máximo R$ 2,00 por dia. É comum trabalhar a família inteira, numa jornada ininterrupta, sem descanso semanal ou qualquer vínculo empregatício.
Pequenos trabalhadores nas cidades vêem-se por toda parte, nas ruas. São vendedores de picolé, fruta, cigarro, biscoito, doces e balas; são guardadores de carro, “flanelinhas”, jornaleiros ou engraxates, dentre tantas atividades. Vendendo produtos diversos entre veículos em congestionamentos, pontos de ônibus, em frente a centros comerciais ou estádios de futebol, eles fazem parte da paisagem urbana, sendo por muitas vezes vistos como estorvo ou mesmo como futuros marginais. A rua é um local de trabalho cruel e perigoso: as relações que estabelecem com outros atores sociais (adultos agenciadores, policiais, traficantes e adultos de rua) em muitos casos põe em risco sua vida. Além disso, esses meninos e meninas fazem longos percursos a pé, alimentamse de maneira e em horários inadequados e, por vezes, trabalham em locais e horários impróprios para a idade, como bares ou boates, à noite.
Nas cidades, além dos lixões e do trabalho nas ruas, outra forma de inserção, menos visível, é o emprego doméstico e em pequenos empreendimentos (lojas, fábricas e escritórios familiares ou de pequeno porte). O trabalho infantil nesses casos apresenta-se como recurso barato e sem necessidade de regularização por parte dos empregadores.
Isso talvez cause menor impacto, porém não perde suas características e condições de exploração, exposição a riscos e prejuízo no desenvolvimento de crianças e adolescentes.
O trabalho doméstico, realizado geralmente por meninas em residências, constitui freqüentemente uma forma de exploração oculta. Na maioria das vezes, as condições de vida e trabalho são inadequadas, muitas meninas dormem no emprego – condição que favorece uma jornada de trabalho extremamente alongada – e algumas delas chegam a sofrer humilhações e abusos sexuais.
Uma pesquisa feita pelo DIEESE (1997) em seis grandes centros urbanos brasileiros constatou que 70% das crianças trabalhadoras têm menos de 14 anos, sendo que um terço delas começou a trabalhar antes dos 10 anos. Grande parte delas trabalha cinco, seis e até sete dias da semana, em tempo integral; muitas cumprem parte da jornada de trabalho à noite. O trabalho que as crianças fazem é exatamente o mesmo que é feito por adultos, inclusive com as mesmas condições precárias, isto é, em locais perigosos e insalubres.
O quadro aqui esboçado mostra que a sociedade brasileira vem violando os direitos de milhões de crianças e adolescentes, que continuam sendo agenciados para os mais diversos tipos de trabalho, realizados em condições que em nada se revertem em seu próprio benefício.
Fontes: Mapa de indicativos do trabalho da criança e do adolescente (Brasil, 1999); DIEESE (1997).
Alimentam-se em meio a enxames de moscas.
Além do que recolhem para venda, costumam selecionar alimentos e objetos reaproveitáveis para uso próprio. Com o que vendem, crianças conseguem obter a quantia de no máximo R$ 2,00 por dia. É comum trabalhar a família inteira, numa jornada ininterrupta, sem descanso semanal ou qualquer vínculo empregatício.
Pequenos trabalhadores nas cidades vêem-se por toda parte, nas ruas. São vendedores de picolé, fruta, cigarro, biscoito, doces e balas; são guardadores de carro, “flanelinhas”, jornaleiros ou engraxates, dentre tantas atividades. Vendendo produtos diversos entre veículos em congestionamentos, pontos de ônibus, em frente a centros comerciais ou estádios de futebol, eles fazem parte da paisagem urbana, sendo por muitas vezes vistos como estorvo ou mesmo como futuros marginais. A rua é um local de trabalho cruel e perigoso: as relações que estabelecem com outros atores sociais (adultos agenciadores, policiais, traficantes e adultos de rua) em muitos casos põe em risco sua vida. Além disso, esses meninos e meninas fazem longos percursos a pé, alimentamse de maneira e em horários inadequados e, por vezes, trabalham em locais e horários impróprios para a idade, como bares ou boates, à noite.
Nas cidades, além dos lixões e do trabalho nas ruas, outra forma de inserção, menos visível, é o emprego doméstico e em pequenos empreendimentos (lojas, fábricas e escritórios familiares ou de pequeno porte). O trabalho infantil nesses casos apresenta-se como recurso barato e sem necessidade de regularização por parte dos empregadores.
Isso talvez cause menor impacto, porém não perde suas características e condições de exploração, exposição a riscos e prejuízo no desenvolvimento de crianças e adolescentes.
O trabalho doméstico, realizado geralmente por meninas em residências, constitui freqüentemente uma forma de exploração oculta. Na maioria das vezes, as condições de vida e trabalho são inadequadas, muitas meninas dormem no emprego – condição que favorece uma jornada de trabalho extremamente alongada – e algumas delas chegam a sofrer humilhações e abusos sexuais.
Uma pesquisa feita pelo DIEESE (1997) em seis grandes centros urbanos brasileiros constatou que 70% das crianças trabalhadoras têm menos de 14 anos, sendo que um terço delas começou a trabalhar antes dos 10 anos. Grande parte delas trabalha cinco, seis e até sete dias da semana, em tempo integral; muitas cumprem parte da jornada de trabalho à noite. O trabalho que as crianças fazem é exatamente o mesmo que é feito por adultos, inclusive com as mesmas condições precárias, isto é, em locais perigosos e insalubres.
O quadro aqui esboçado mostra que a sociedade brasileira vem violando os direitos de milhões de crianças e adolescentes, que continuam sendo agenciados para os mais diversos tipos de trabalho, realizados em condições que em nada se revertem em seu próprio benefício.
Fontes: Mapa de indicativos do trabalho da criança e do adolescente (Brasil, 1999); DIEESE (1997).
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