terça-feira, 17 de agosto de 2010

Atividade 4

Para classes da 6º ao 9º ano

Comece a aula pela análise das fotos de crianças escravas e operárias, no cartaz 3, procedendo como na orientação para as 1a a 4a séries, propondo ainda que verifiquem quem aparece no primeiro plano das fotografias, como, e o que podem ver ao fundo.
Transcreva na lousa ou em um cartaz os documentos (A e B) a seguir sobre a exploração do trabalho de crianças em fábricas, no início do século. Depois da leitura silenciosa e oral e do esclarecimento das dúvidas, proceda à identificação e análise dos dois documentos: datas em que foram escritos, onde foram publicados; quem “fala”, de quem e do que “fala” e por quê.
Organize a classe em grupos e peça para fazerem uma lista das denúncias mencionadas nos dois documentos. Em seguida pergunte, se vivessem naquela época, o que fariam: se fossem uma daquelas crianças; se fossem seus pais; se fossem os empregadores; ou membros do governo.
Agora formando um círculo, os grupos apresentam o resultado de suas discussões. No coletivo, aproveite para ampliar os conhecimentos, trazendo mais informações e idéias a respeito da exploração do trabalho infantil nas fábricas.
Por fim, organize um debate na classe, em torno das questões: Será que os problemas vividos pelas crianças escravas e operárias (da época estudada) são semelhantes ou diferentes dos atualmente? Quais as semelhanças? Quais as diferenças? O que acham que pode ser feito para eliminar de vez o trabalho infantil no Brasil, garantindo-se a todas as crianças e jovens os direitos de cidadania? Destaque e discuta as respostas conflitantes ou muito inadequadas.
Registre as respostas na lousa e peça para registrarem no caderno.

Documento A
... Por ocasião do recente movimento grevista, uma das reclamações mais insistentes dos operários era contra a exploração dos menores nas fábricas. Aliás, não faziam mais do que exigir o cumprimento das leis existentes. Entretanto, os industriais, à exceção da firma (...) continuam a empregar menores em trabalhos impróprios. Entre eles, podemos citar nominalmente o Sr.(...), porque assistimos ontem à entrada de cerca de 60 pequenos às 19 horas, na sua fábrica na Moóca. Essas crianças, entrando àquela hora, saem às 6 horas. Trabalham, pois, 11 horas a fio, em serviço noturno, apenas com um descanso de 20 minutos, à meia-noite!
O pior é que elas se queixam de que são espancadas pelo mestre de fiação. Muitos nos mostraram equimoses nos braços e nas costas. Algumas apresentaram mesmo ferimentos produzidos com uma manivela.
Uma há com orelhas feridas por continuados e violentos puxões. Trata-se de crianças de 12, 13, e 14 anos.
(Publicado no jornal operário O combate em 1917; extraído de CENPEC, Ensinar e aprender História v.3: ficha 10, 1998)
Documento B
Por conveniência própria, em prejuízo de honrados pais de família, exploram vergonhosamente meninos aprendizes, usurpando os suores dessas pobres crianças pela miserável quantia de 500, 1$000 e 1$500 por dia, enquanto deixam de lado criminosamente aqueles que têm certa responsabilidade social, que têm grande prática do ofício. Mas como reclamar, se os patrões, no seu egoísmo feroz, preferem o serviço malfeito ao bem feito e correto, desde que corra em seu proveito?
(Publicado em O trabalhador gráfico, 1904; extraído de Rago, 1985, p.142

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