Andréia Peres
Seja no mangue, no lixo, seja na roça, o trabalho infantil é terrível – e condenável – em qualquer uma de suas formas. A Organização Internacional do Trabalho, no entanto, classificou na sua última convenção algumas atividades como piores do que outras e incluiu a prostituição na sua lista de trabalhos que precisam ser urgentemente erradicados. O Piauí é um dos estados brasileiros em que a prostituição infantil é mais escancarada. Na Praça da Bandeira, uma das principais de Teresina, uma dezena de prostitutas meninas disputam clientes em plena luz do dia. Algumas delas vendem café por 25 centavos, para disfarçar, mas a maioria nem se preocupa com isso.
Em outra cidade do Piauí,] Maquiada e com roupas curtíssimas, Rosa aparenta mais do que seus 14 anos. Desde os 13 a menina se prostitui. Sem dinheiro e sem emprego, ela aceitou a proposta de um homem com quase o triplo da sua idade para fazer sexo por dinheiro. Recebeu dez reais pelo programa e passou a ir sempre para a praça.
“Tem alguns clientes que eu não agüento nem ver.
Tampo o rosto para não olhar e transo assim mesmo”, diz a menina, que coleciona fotos e pôsteres do Ronaldinho e parou de estudar na quarta série.
Sua mãe sabe de tudo; não concorda com o tipo de trabalho da filha, mas não o reprime. Rosa vive numa casa de pau-a-pique, sem energia elétrica, em Timon, na fronteira do Piauí com o Maranhão. Seus cinco irmãos e a mãe sobrevivem com o salário mínimo que seu padrasto recebe. Com o dinheiro que ganha na rua, a menina compra roupa, calçados e, de vez em quando, comida. Seu maior desejo é arrumar emprego numa casa de família.
(Extraído de Revista Cláudia, p.21-2, set. 1999)
Em outra cidade do Piauí,] Maquiada e com roupas curtíssimas, Rosa aparenta mais do que seus 14 anos. Desde os 13 a menina se prostitui. Sem dinheiro e sem emprego, ela aceitou a proposta de um homem com quase o triplo da sua idade para fazer sexo por dinheiro. Recebeu dez reais pelo programa e passou a ir sempre para a praça.
“Tem alguns clientes que eu não agüento nem ver.
Tampo o rosto para não olhar e transo assim mesmo”, diz a menina, que coleciona fotos e pôsteres do Ronaldinho e parou de estudar na quarta série.
Sua mãe sabe de tudo; não concorda com o tipo de trabalho da filha, mas não o reprime. Rosa vive numa casa de pau-a-pique, sem energia elétrica, em Timon, na fronteira do Piauí com o Maranhão. Seus cinco irmãos e a mãe sobrevivem com o salário mínimo que seu padrasto recebe. Com o dinheiro que ganha na rua, a menina compra roupa, calçados e, de vez em quando, comida. Seu maior desejo é arrumar emprego numa casa de família.
(Extraído de Revista Cláudia, p.21-2, set. 1999)
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